Resenha: O Fantasma da Ópera


sexta-feira, 2 de março de 2018

Conhecida mundialmente também pelo famoso musical homônimo, o livro O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux, é uma obra que alia o mistério ao romance em uma narrativa impregnada de suspense, crimes e acontecimentos com ares sobrenaturais. Numa tentativa de retomar o Book Challenge, resolvi ler esse clássico da literatura francesa, uma história de terror e de amor.

Fantasma da Ópera


Quando um maquinista é encontrado enforcado na Ópera de Paris, inicia-se um boato de que um fantasma vive no subterrâneo, assombrando o local. O Fantasma passa a chantagear os administradores para que lhe repassem uma quantia de dinheiro, requer um camarote especial e demonstra especial fascínio por Christine Daéé, cantora em ascensão que se destaca ao substituir a diva do espetáculo durante uma apresentação. Christine encanta a todos e conquista o coração do patrocinador do teatro, Visconde de Raol de Chagny, mas durante uma apresentação, misteriosamente Christine desaparece no palco, levando a acreditar que foi raptada pelo Fantasma da Ópera.



O Fantasma da Ópera foi escrito em uma época que histórias de detetive estavam em alta e o autor foi muito bem sucedido ao criar não uma história tradicional, mas um mistério, cuja premissa envolve um suposto fantasma que assombra a Ópera de Paris e comete uma série de crimes, culminando no desaparecimento fantástico de Christine Daaé. Há vários acontecimentos sobrenaturais sem grandes explicações e, no início, não sabemos se o Fantasma é de fato uma assombração ou uma pessoa real, o que deixa o leitor muitíssimo interessado em descobrir os segredos que rondam a história. No entanto, o aspecto principal do livro é o amor obsessivo do Fantasma por Christine Daaé, atriz em ascensão que se vê dividida entre o fascínio por seu sequestrador e seu romance de infância, Raol. Enquanto acompanhamos a tentativa de Raol em salvar Christine, acompanhamos o envolvimento da cantora com o Fantasma e como ela o enxerga com um misto de fascínio e medo, acreditando que ele é o "Anjo da Música" do qual seu pai falava. Mais interessante que o amor puro e singelo que Raol sente por Christine, é o sentimento que ela desperta no Fantasma, que também se vê obcecado pela artista e deseja ardentemente ser amado por ela.

Confesso que, talvez pela imagem que tinha dos musicais, não consegui me afeiçoar pelo romance entre o Fantasma e Christine e tampouco criei qualquer empatia pelo Fantasma durante um bom tempo, afinal, o mesmo pode até ser visto como um serial killer e seu amor obsessivo por Christine não deixou dúvidas sobre sua natureza má. Foi então que, nos últimos capítulos, vemos o Fantasma refletir sobre a primeira vez que se sentiu amado, bem como lemos uma bela passagem que nos faz pensar que tudo que ele queria era ser alguém comum, e que seria um gênio da humanidade se não fosse sua aparência e a repulsa que a mesma invoca. No fim, acabei por achar uma história bonita e impactante, tendo me envolvido de verdade com todas as emoções que as personagens despertam.



No exemplar publicado pela editora L&PM, a sinopse inicia com a frase somente a música e o amor são imortais. Tal frase capta perfeitamente a essência do livro. A história é uma obra bem escrita com um mistério envolvente, mas não nos fascina pelos acontecimentos sobrenaturais, pela investigação, pelos segredos propriamente. O Fantasma da Ópera nos fascina pelas próprias personagens, pelo romance de Christine estar tão estritamente relacionado à música, pelo antagonista da história ser um ser complexo que se apresenta como vil, apaixonado e obcecado, não obstante ser um verdadeiro Anjo da Música.

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